Esse livro chegou até mim por intermédio de um amigo. Foi o melhor livro que li esse ano. Ondjaki nos traz um relato apaixonante de um menino e sua Angola durante a guerra civil. É um daqueles livros que nos faz sentir saudade da infância, da escola, dos professores que tivemos, das travessuras que fizemos, dos amigos que permanecem em nossas vidas, mesmo que em forma de lembrança. Com seu lirismo envolvente, o autor faz jus às palavras do escritor moçambicano Mia Couto: "O que ele faz não é o simples deitar de uma história na página do livro. Mais do que isso: ele cria uma história para a nossa própria vida. Este é o motivo de quem escreve como e com Ondjaki - desengaiolar sentimentos."
Eis algumas passagens do livro:
"Então também percebi que, num país, uma coisa é o governo, outra coisa é o povo."
" - Mas porquê essa praia é dos soviéticos?
- Não sei, não sei mesmo... se calhar nós também devíamos ter uma praia só de angolanos lá na União Soviética!"
"Às vezes numa pequena coisa pode-se encontrar todas as coisas grandes da vida, não é preciso explicar muito, basta olhar."
"Aquilo é que era uma tanta de gente, dava medo, se acontecesse ali alguma coisa, não sei, por exemplo, uma bomba, ou mesmo o Caixão Vazio, muita gente ia morrer ali atropelada por atropelamento de pessoa que , às vezes, é um dos piores atropelamentos que existe. É verdade, é triste, mas uma pessoa pode atropelar outra pessoa."
"No jardim havia umas lesmas que deviam ser mais velhas porque sempre acordavam cedo."
"Vocês sabiam que o abacateiro também se espreguiça?"
quinta-feira, 25 de junho de 2009
A Angola de Ondjaki
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário